O brincar frequentemente é associado a atividades não sérias, “você está brincando ou falando sério?”, “você está de brincadeira”, ou à perda de tempo “ah, pára de brincar e vai estudar”. Mas, o brincar é muito sério! Aliás o brincar é sério para adultos, apesar das crenças que temos de que “adultos não brincam”, que vão contra vários estudos sobre felicidade a longo prazo, mas para crianças, o brincar é primordial. Percebemos a importância do brincar para as crianças ao observar seus direitos. Afinal, a brincadeira é um direito de toda criança, garantida pela Declaração Universal dos Direitos da Criança, adotada pela ONU em 1959.
Por quê o brincar é tão importante?
A brincadeira, para a criança, é uma elaboração criativa de situações que ela ainda não viveu, é uma reelaboração de impressões vivenciadas, é a construção de uma nova realidade, interpretada pela criança. Esse processo é poderosíssimo, pois não só representa uma percepção do mundo interpretado pela criança, mas também uma vivência de algo que a criança vai experimentar futuramente. Ou seja, em outras palavras, o brincar é o processo pelo qual a criança se desenvolve.
Imaginação e brincadeira
A imaginação é a gênese da brincadeira, e por fim, a gênese de toda atividade criadora humana. Assim o brincar é o primeiro contato e mais natural que a criança tem com o criar. Lembrando que a imaginação e a criação são características essencialmente humanas, e por isso, importantíssimo para tudo que nós já construímos para o funcionamento da nossa sociedade hoje. Sem esse “treino”, não haveria criação.
Brincar e espaços
Para brincar, a criança necessita de um ambiente que desafie seu imaginário, isso não necessariamente está ligado à vários brinquedos e ferramentas, e sim, a possibilidades que permitam que essa criança crie. Outro ponto interessante, é esperar que a criança tenha momentos sem condução do adulto, momentos de ócio, em que ela crie suas próprias narrativas. Todas essas tentativas desafiam a criança, que por fim, ganha repertório, memória e se desenvolve.
Por isso, a dica para nós adultos é: permita e incentive que seu filho ou filha brinque, que tente, que transforme tecidos, alimentos, embalagens em personagens principais de suas narrativas.
“Na brincadeira, a criança está sempre acima da média da sua idade, acima de seu comportamento cotidiano; na brincadeira, é como se a criança estivesse numa altura equivalente a uma cabeça acima da sua própria altura”.
Vigotski (2008, p. 35)
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