Round 6: como agir na relação entre crianças e conteúdos violentos

out 21, 2021 | Crianças

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Não há como negar: Round 6 é um verdadeiro fenômeno de audiência. De acordo com a Netflix, a série coreana conquistou a atenção de 111 milhões de lares no mundo inteiro. Isso fez dela a mais assistida na história da plataforma de streaming.

Só que, pensando na lógica da educação infantil, ela traz um problema: o contexto. Round 6, ou Squid Game, basicamente propõe desafios de vida ou morte envolvendo jogos infantis.

Se você ainda não assistiu, então tenha atenção. A temática da série é bastante preocupante, principalmente se seu filho tem acesso liberado à plataforma. É sobre isso que vamos tratar agora.

A indicação etária dos filmes e séries no Brasil

Primeiro, é preciso destacar a existência de um órgão do Governo Federal responsável pela classificação dos conteúdos audiovisuais, o Sistema de Classificação Indicativa Brasileira.

Por meio dele é estabelecida a chamada Classificação Indicativa, ou ClassInd, que nada mais é do que uma informação para as famílias a respeito da faixa etária recomendada para determinada obra. Isso vale para TV, cinema e vídeo, games, entre outros.

Na prática, existem seis faixas etárias indicadas. São elas:

  • Livre;
  • 10 anos;
  • 12 anos;
  • 14 anos;
  • 16 anos;
  • 18 anos.

A ideia é justamente proteger públicos mais jovens de conteúdos com potencial prejuízo à sua formação. Por isso, existe uma equipe de analistas que acompanha as obras em função de uma metodologia que observa três grandes temas: sexo, drogas e violência.

Aspectos como a frequência, a intensidade e a relevância desses temas para a trama são avaliados por esses especialistas que precisam ter em mente também o horário em que o conteúdo será exibido. Assim eles atribuem a classificação recomendada, mas cabe aos pais decidir liberar ou não o conteúdo.

O problema é que a indicação etária é praticamente ignorada por muitas pessoas.

As crianças e a exposição a conteúdos violentos

Round 6 tem classificação etária de 16 anos, o que significa que não é indicada para quem ainda não atingiu a maioridade, e é totalmente contraindicada para crianças pequenas.

Esse é um motivo de preocupação. A exposição a conteúdos violentos pode gerar uma série de consequências em um público ainda despreparado. Entre elas, especialistas citam o desenvolvimento de um comportamento insensível em relação à violência.

Além disso, há a tendência natural de as crianças reproduzirem ações de personagens de que gostam. Uma preocupação maior em relação a isso faz todo o sentido no caso de Squid Game. A série apresenta episódios que contam com torturas psicológicas, suicídio e violência explícitas dos mais variados tipos.

E como as dinâmicas dos jogos são simples, por reproduzirem brincadeiras infantis, isso facilita muito a reprodução deles pelas crianças. Seja na escola, seja nas brincadeiras com amigos de bairro.

Em resumo, Round 6 reúne todos os ingredientes para causar problemas: é muito popular, seus jogos são de fácil assimilação e é bastante violenta.

Por isso, o ideal é que seja evitada. Nesse sentido, a presença dos pais dando a devida orientação para os filhos é essencial.

Vale lembrar que mesmo para adultos, a série já é capaz de provocar sustos e mexer com o emocional.

O que fazer quando as crianças pedem para assistir Round 6

A questão é saber o que fazer quando as crianças pedirem para assistir a série. Até porque, quando esse momento chegar, elas provavelmente já terão tido contato com a história por meio de amigos.

O mais importante é o pai ou a mãe conversarem com o filho e explicarem a situação. Atrações em desacordo com a classificação indicativa correta não devem ser assistidas. Só que mais do que dizer isso é preciso explicar os motivos.

A dica então é você mostrar para a criança quais são os problemas que podem surgir com a exposição dela a programas dessa natureza.

Sem o devido preparo, crianças tendem a ficar impressionadas. Pior ainda, se ficarem admiradas com as cenas de violência. No caso das mais novas, atrações mais violentas costumam estar na origem de sentimentos como:

  • Medo de ficarem sozinhas;
  • Pesadelos;
  • Crises de ansiedade;
  • Confusão entre realidade e ficção.

Em relação a essa confusão, é preciso maior atenção ainda. Por se tratarem de pessoas ainda em formação, existe o risco de que as cenas de violência sejam assimiladas como se fossem normais.

Assim, se elas entrarem no imaginário infantil como algo comum, isso pode representar problemas principalmente em situações nas quais os pais não estão presentes.

Procure sempre assumir o controle da educação das crianças

No fim, Round 6 deve ser encarada como uma oportunidade para você assumir o controle sobre a educação infantil. É normal que crianças tenham curiosidade e até tentem driblar você em relação a esse tipo de autorização. Ainda assim, é papel dos pais controlarem a exposição.

A Netflix permite a criação de perfis infantis com limites de acesso por classificação etária, mas é esperado que elas procurem ver esse tipo de conteúdo nas casas de amigos ou de maneira não oficial na internet.

Por isso, o recomendável é que você seja capaz de dialogar, mostrando qual é o problema e, claro, apontando que a proibição é, na realidade, uma solução para a criança.

É isso o que fará com que ela não sofra abalos que podem impactar sua formação de maneira negativa. Melhor ainda: é isso o que dará à criança um mínimo de suporte para lidar com os perigos de assistir esse tipo de atração escondidas.

De acordo com neurocientistas e neuropsicólogos, o cérebro infantil conta com uma quantidade menor de “freios” que regulam suas emoções. Por isso, uma ação preventiva é fundamental.

Colunistas da Pais e Filhos, Taís e Roberta Bento recomendam sempre um tipo de postura firme e de diálogo diante desse tipo de pedido por parte dos filhos. A realidade é que, quanto mais você conseguir conversar e ser racional a respeito de programas como o Squid Game, maior tende a ser a proteção que você oferece às crianças.

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Equipe do Blog PlayKids

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A equipe do Blog PlayKids é formada por especialistas em desenvolvimento infantil, educação e tecnologia, parentalidade e educação.
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