Em uma sociedade tão hierarquizada quanto a nossa, é comum imaginar que em todas as relações humanas existam posições de poder, não é mesmo? É claro que essa situação vem mudando com o tempo, e as hierarquias rígidas eram muito mais comuns na época de nossos avôs e avós, por exemplo. Mesmo assim, essa situação ainda é bastante presente na nossa cultura e na nossa sociedade. É o caso das relações de poder que ainda se mostram quando falamos de líderes e liderados, de professores e alunos, e claro, da relação entre pais e filhos.
As relações de poder entre adultos e crianças podem gerar sentimentos negativos, já que provocam muitos questionamentos e geram cobranças – que podem ser, muitas vezes, desnecessárias e excessivas. Contudo, a relação entre pais e filhos pode ser mais horizontalizada e, portanto, mais igualitária. E isso pode ser muito importante para todos os envolvidos. Quer saber o por quê? Confira abaixo!
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Por que esse tipo de hierarquia é ruim?
Quando falamos de hierarquia, falamos também de respeito. Mas não de respeito mútuo, e sim de uma parte considerada mais “fraca” que deve respeito a uma parte considerada mais “forte”. Além disso, por vezes, essa parte chamada “superior” é considerada mais sábia, já que detém mais conhecimento e por isso possui mais relevância. E é justamente essa visão que deturpa as coisas, em vários pontos.
Primeiro, porque em todas as relações humanas o respeito deve ser recíproco e deve ser sentido por todos e todas, independente de suas posições. Além disso, é importante ressaltar que todas as pessoas têm coisas a ensinar e agregar. No entanto, quando colocamos essa determinação por posição, nós eliminamos o mais “fraco” e adicionamos, muitas vezes pressões excessivas nos mais “fortes”. E isso é desagradável para todos, principalmente quando falamos da relação entre pais e filhos.
Não nascemos pais, nós nos tornamos pais
Olhando do ponto de vista histórico e social, devemos lembrar que nós nos constituímos pais à medida que trocamos e vivemos experiências com as crianças. Ou seja, nós não nascemos pais, mas nos tornarmos pais.
Isso quer dizer que nós nos tornamos pais justamente pelo aprendizado diário com nossos filhos e filhas. Ou seja, se livrar de hierarquias rígidas é o mesmo que se livrar das pressões do tipo “você tem que saber tudo”, “você tem dar conta de tudo”, “você precisa fazer o melhor” e “você precisa ser o melhor pai do mundo”, por exemplo.
Considere a relação entre pais e filhos de forma igualitária
Uma vez que consideramos a relação entre pais e filhos de forma igualitária, nós damos as margens aos nossos próprios erros. E abrimos as possibilidades para que os nossos filhos errem também! Isso faz com que a relação entre adultos e crianças seja saudável e equilibrada. Você, pai, mãe ou responsável, não irá dar conta de tudo, pois você não precisa dar conta de tudo. Afinal, a sabedoria não é dada, e sim construída ao longo da experiência e das próprias trocas humanas.
Vejamos um exemplo prático: quando você aprende um novo idioma, não sai por aí falando tudo de forma fluente, certo? Você aprende uma palavra por vez. O mesmo acontece com novas habilidades ou novas competências. Então, por que esperar que você saiba absolutamente tudo sobre educação infantil, criação de crianças e imposição de limites, por exemplo? Além de irreal, essa perspectiva é injusta para pais, pois coloca expectativas absurdas e não dá margem para o erro.
Então, saiba que é impossível nascer pronto. Somente a jornada irá te formar pai, mãe ou responsável. Para tanto, estude sobre parentalidade, procure aprender com a experiência de outros pais e converse muito sobre o assunto, mas não cobre perfeição. Lembre-se que você irá aprender a cada dia, já que estamos falando de uma relação que deverá ser construída ao longo do tempo. Boa sorte!
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